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El Estor, Guatemala - Sob as 17 aldeias maias Q'eqchi' que margeiam o Lago de Izabal, jazem ricos depósitos de níquel, um metal usado para reforçar o aço empregado na construção dos arranha-céus do mundo.
HISTÓRIA
Há mais de 40 anos, sem o conhecimento do povo maia Q'eqchi', o governo da Guatemala vendeu uma concessão em suas terras para a Inco, uma gigante mineradora canadense. A Inco explorou o níquel de El Estor por quase 20 anos, causando danos incalculáveis ao meio ambiente, antes de abandonar a mina no final da década de 1970, quando o preço do níquel despencou. A Inco então vendeu seus direitos para outra empresa canadense, a Skye Resources, de Vancouver, Colúmbia Britânica.
Com a disparada do preço do níquel, cresceu também o interesse no que se encontra sob essas aldeias maias. A antiga oposição dos maias Q'eqchi à retomada da mineração também se intensificou. Isso levou a derramamento de sangue e a uma série de graves violações dos direitos humanos.
VILAS INCENDIADAS
Em janeiro de 2007, 450 policiais e 250 soldados expulsaram à força centenas de famílias maias e queimaram suas casas. Imagens reais da expulsão podem ser vistas no YouTube em http://www.youtube.com/watch?v=Q20YxkM-CGI
Veja também "Mining Misery" da revista This Magazine, na edição de março-abril de 2007, em http://www.mimundo.org/Published/0702ThisMag2.pdf
VIDAS AMEAÇADAS
No final de 2006, a vida de três líderes da Defensoria Q'eqchi' foi ameaçada por elementos supostamente ligados ao projeto de mineração. O Centro de Recursos Jurídicos Indígenas buscou imediatamente a intervenção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que ordenou ao governo guatemalteco que tomasse medidas firmes para proteger a vida dessas três pessoas.
AÇÃO JUDICIAL
Resistência comunitária : Crippa e líderes locais discutem violações dos direitos humanos. Foto de Shayda Naficy. |
Armstrong Wiggins, diretor do nosso escritório em Washington, D.C., e o advogado Leonardo Crippa viajaram para a Guatemala para se encontrarem com nossos clientes e negociarem com o governo guatemalteco a implementação das medidas determinadas pela CIDH. Como resultado dessa reunião, chegou-se a um acordo para a implementação de medidas de proteção pelo governo. Desde 2007, garantimos medidas de proteção para cinco líderes maias Q'eqchi'.
Embora a ameaça imediata à vida de nossos clientes tenha diminuído, o trabalho continua para persuadir o governo guatemalteco a respeitar os direitos territoriais dos maias Q'eqchi'. Contratamos um advogado local para esgotar os recursos legais internos enquanto nos preparamos para uma audiência temática perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em 10 de março de 2008, em Washington, D.C., onde Crippa apresentará argumentos em preparação para um processo formal.

