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O Banco de Desenvolvimento Interamericano confirma que o Projeto de Parque Eólico do México violou as políticas dos povos indígenas

O Banco de Desenvolvimento Interamericano (BID) afirmou alegações de que os direitos da terra de sete comunidades em Oaxaca, México, estavam sendo violados por um projeto de energia eólica financiado pelo banco. O Centro de Recursos para Direito Indiano apresentou uma queixa em nome das comunidades em dezembro de 2012, porque o BID não conseguiu garantir a participação total das comunidades indígenas no design do projeto.  

"O relatório confirma todas as preocupações que nossos clientes levantaram com o design e a implementação do projeto de energia eólica foram válidos", diz Leonardo A. Crippa, advogado sênior do escritório do Centro em Washington. O projeto de energia eólica de Mareña Renovables estava programado para ser o maior parque eólico da América Latina, com linhas de transmissão e turbinas que atravessariam terras pertencentes às comunidades indígenas e afetariam suas áreas de pesca. As comunidades conquistaram uma vitória parcial em 2014, quando a empresa de parques eólicos concordou em realocar o projeto; Parcial porque uma das comunidades ainda é afetada pelo projeto.

Um relatório, adotado pelo Conselho Executivo do BID em 14 de setembro de 2016, foi produzido pelo mecanismo independente de consulta e investigação do Banco (ICIM), um mecanismo interno de reclamação do projeto encarregado de avaliar a conformidade da administração do banco com as políticas operacionais. O relatório afirma que a gerência do BID não cumpriu as políticas do banco, incluindo a política de conformidade ambiental e de salvaguardas, a política de acesso à informação e a política dos povos indígenas. Ele ressalta que apenas cinco dos 22 documentos relacionados ao projeto foram divulgados. O relatório também destaca a falha da administração em consultar as comunidades, porque apenas entrou em contato com os líderes agrários sobre as principais decisões e desconsiderou as estruturas de governo e tomada de decisão das comunidades indígenas.

O lançamento do relatório coincide com um tempo de alteração no BID. Nos últimos dois anos, o banco dividiu seu setor público e privado investindo em duas organizações diferentes. Como resultado, criou a Corporação de Investimentos Interamericanos, realizando todos os empréstimos do setor privado do banco na América Latina e no Caribe. O ICIM também pode processar reclamações sobre projetos de investimento financiados pela corporação.

"Estamos vendo uma mudança estrutural positiva pelo banco", disse Crippa. Desde que a denúncia foi apresentada há quatro anos, o banco adotou não apenas uma política de sustentabilidade ambiental e social para a corporação, mas também as novas regras processuais do ICIM.

O Conselho Executivo instruiu a gerência a preparar um plano de trabalho para implementar as recomendações do ICIM, que abordam questões de particular importância para as comunidades e o banco. Por exemplo, o relatório pede ao banco que disponibilize publicamente todos os documentos de liberação obrigatória e para garantir que a empresa de energia eólica comunique o fechamento deste projeto às comunidades. Também recomenda que a revisão do banco e atualize sua política de povos indígenas e produz diretrizes sobre como a gerência opere em áreas de consideráveis ​​conflitos ambientais e sociais.

Crippa diz que, além das mudanças recentes no banco, as políticas operacionais também devem ser atualizadas em relação a questões indígenas. Em fevereiro de 2006, o banco adotou sua primeira política de povos indígenas. Desde então, tanto as Nações Unidas quanto a Organização dos Estados Americanos (OEAs) adotaram declarações que articulam os direitos dos povos indígenas. Devido ao seu foco regional, a declaração americana da OEA sobre os direitos dos povos indígenas é de particular relevância para o banco.

"A política dos povos indígenas do banco não atende aos principais padrões legais estabelecidos por ambas as declarações e deve ser abordada."

Relatórios
Mecanismo de Consulta e Investigação Independente - Relatório de Revisão de Conformidade Eng Eng
Independent Consulta e Mecanismo de Investigação - Relatório de Revisão de Compliance Spa