30 de setembro de 2009; Rio Upano, Equador
(Tradução não oficial para o inglês)
Às 16h40, na região de Río Upano, no município de Morona, província de Morona Santiago, um piquete com 500 policiais lançou uma ofensiva violenta contra mais de 1.000 manifestantes da etnia Shuar que mantinham um bloqueio na ponte sobre o rio Upano.
Até o momento, está confirmada a morte de Domingo Wisum, professor do programa de educação bilíngue intercultural, de aproximadamente 42 anos. Há ainda rumores não confirmados sobre a morte de outros dois indígenas.
Do lado da polícia, foram relatados mais de trinta feridos, que neste momento estão recebendo tratamento em centros de saúde na cidade de Macas.
Outra ofensiva política ocorreu na região de Arapicos, localizada entre as cidades de Macas e Sucúa, na província de Morona Santiago, com o objetivo de expulsar manifestantes indígenas que mantinham a via bloqueada nos últimos três dias. Até o momento, não foi possível determinar se houve derramamento de sangue.
Os líderes indígenas responsabilizaram o presidente Rafael Correa e seu ministro da Administração, Gustavo Jalkh, pelo ocorrido. O governo do presidente Correa rejeitou os apelos ao diálogo feitos pelos líderes indígenas, que questionam a Lei de Recursos Hídricos proposta pelo Executivo, sob o argumento de que ela permite a concentração dos recursos hídricos em poucas mãos, deixando as comunidades indígenas e os camponeses em situação de escassez e desvantagem.
Além de questionar a Lei de Recursos Hídricos, o povo Shuar exige a retirada da mineradora canadense ECSA-Ecuacorriente-Corriente Resources, que ocupa milhares de hectares de seu território ancestral sem autorização, graças a diversas concessões emitidas pelo Ministério de Minas e Petróleo.
Os povos indígenas do Equador denunciaram as violações dos direitos humanos e dos direitos indígenas pelo governo de Rafael Correa e clamam por solidariedade nacional e internacional.