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Restaurar a segurança das mulheres e meninas indígenas e fortalecer as nações indígenas

Relatório sobre a capacidade tribal para o aumento de penas e a restauração da jurisdição criminal

Mulheres e meninas indígenas não estão seguras. A violência contra elas atingiu níveis epidêmicos em territórios indígenas e aldeias nativas do Alasca — taxas 2,5 vezes maiores do que a violência contra qualquer outro grupo de mulheres nos Estados Unidos. Uma em cada três mulheres indígenas será estuprada ao longo da vida, e seis em cada dez sofrerão agressão física. A taxa de homicídios de mulheres indígenas é dez vezes maior que a média nacional em algumas reservas. 

O projeto Mulheres Seguras, Nações Fortes do Centro de Recursos Jurídicos Indígenas (Indian Law Resource Center) trabalha para acabar com a violência contra mulheres e meninas indígenas e nativas do Alasca e seus efeitos devastadores sobre as nações indígenas e comunidades nativas. O Centro colabora com organizações de mulheres indígenas e nações indígenas e nativas do Alasca para acabar com essa violência, removendo as restrições discriminatórias na legislação dos Estados Unidos que limitam a capacidade dessas nações indígenas de investigar, processar e punir todos os autores desses crimes, independentemente de serem indígenas ou não. A maioria desses crimes contra mulheres indígenas é cometida por não indígenas. Por mais de três décadas, a legislação dos Estados Unidos proibiu as nações indígenas de exercerem qualquer autoridade criminal sobre autores não indígenas. Essas restrições, juntamente com a falta de fiscalização rigorosa por parte das autoridades federais e estaduais competentes, perpetuam um ciclo de taxas extremas de violência contra mulheres indígenas.

Hoje, a Lei de Ordem e Justiça Tribal de 2010 (TLOA) e a Lei de Reautorização da Violência Contra a Mulher de 2013 (VAWA 2013) representam avanços históricos na restauração da segurança das mulheres indígenas. No entanto, a necessidade de aprimorar a legislação federal para restaurar a plena autoridade penal das nações indígenas é urgente. 

A Lei de Proteção às Mulheres Indígenas (TLOA) e a Lei de Violência Contra a Mulher de 2013 (VAWA 2013) representam apenas soluções limitadas, e muitas barreiras legais para alcançar segurança e justiça para mulheres, meninas e nações indígenas permanecem. Isso é especialmente verdadeiro para as nações indígenas do Alasca devido a uma regra especial na VAWA 2013 que isenta todas as 229 nações indígenas do Alasca, com exceção de uma, das disposições jurisdicionais especiais sobre violência doméstica disponíveis para as tribos. Além disso, a jurisdição criminal tribal sobre não indígenas que cometem violência doméstica, estupro e agressão sexual contra mulheres indígenas em terras tribais também continua proibida pela lei dos Estados Unidos, a menos que o não indígena tenha laços significativos com a tribo. 

Este relatório avalia a prontidão das nações indígenas para exercerem maior autoridade de sentenciamento sob a Lei de Proteção às Mulheres Indígenas (TLOA) e jurisdição criminal mais ampla sobre todos os autores de crimes violentos, conforme a Lei de Violência Contra a Mulher de 2013 (VAWA 2013) ou outras legislações futuras. Também identifica os desafios enfrentados pelas nações indígenas no exercício dessa autoridade e como algumas delas estão avançando para aumentar sua capacidade de proteger as mulheres indígenas em suas comunidades. O relatório conclui com dez recomendações destinadas a acabar com a violência contra mulheres e meninas indígenas e a fortalecer a capacidade das nações indígenas de lidar com essa crise. Esperamos que o relatório oriente o Centro, e talvez outras entidades, a melhor auxiliar as nações indígenas e nativas do Alasca a tornarem suas comunidades lugares seguros.